Na vastidão da negra noite
Escondidos nos obscuros nichos
Agitados os Anjos das Trevas
Infiltram-se entre os homens,
Mudando o presente e futuro
Cerceando a fartura e fortuna
A Terra treme catastrófica
Ventanias avivam as labaredas
Que consomem a colheita que brota
Exala um odor de asas queimadas
Dos pobres pássaros que sobrevoam
Secas árvores desnudas de galhos
Noite esconde os escudos nocivos
Dos cavaleiros das guerras ímpias
Semeadores das mazelas na terra
Regozijam-se com templos destruídos
Constroem uma ara para sacrifícios
Onde recebe oferendas a descrença
Um banquete de animais peçonhentos
Enquanto o “eu” verte lágrimas de sangue
Um Anjo inocente, se ergue flamejante
Desperta as estrelas que acordam cantando,
Anjos brancos cobrem a terra orando
Aspergem unguentos de paz e esperanças.
Almas em encontros e desencontros
Buscam um sinal entre corpos
De compromissos em outras vidas
Assumidos em outras circunstâncias
Em um abraço, entre a terra e o infinito
Almas em silêncio apenas sentem
Dores das cicatrizes torturantes
Desvario da constante incompletude
Desta forma, a estagnação mesmo abstrata,
Cria formas, formas criam negras cascas
Reversão evolutiva mergulha no caos
Nas brumas, estrela cai na amplidão
Pois voraz é o inexorável tempo
Não permite retornos pregressos
Não desvenda o amanhã, pois é impenetrável
Aguardando, ansiosas, o Dédalo do Destino
Almas renascem na finitude da Vida.
Almas existem desde o início dos tempos
Excursionam por este imenso Universo
Sopram vidas em corpos por Deus moldados
A cada viagem no Universo que fazem
Impulsionam no veículo que habitam
A cumprir a missão pré determinada
Resultantes dos saberes armazenados
A Alma leve transita com sua bagagem
De forma tranquila, pois sua tarefa é estruturar
O mortal designado pelo Criador a guiar
Na sabedoria da fé em cada aprendizado
Existem Almas que vivem nas densas brumas
Que fazem do mortal veículo de guerra
Traz a marca da destruição, peste e fome
Extermina com crueldade e zomba
Almas que não possuem peso nem medida
Como energias, são envolvidas por trevas
Também existem Almas tristes e perturbadas
Que dos desafios e aprendizados se furtaram
Existem tantas outras que povoam o Universo
A mercê da nefasta bagagem que carregam
Necessitam do homem, um mero mortal,
Apenas a oração com devoção: Ave Maria.
Quem sabe um pesadelo ou uma viagem?
Escalada de escarpas montanhosas
Silhuetas que se movem por trilhas áridas
Homem ou Almas em fel de lágrimas
Não lembram a origem, de onde vieram
Não sabem o que o caminho reserva
A cadência dos sinos que tangem
O único som que sinaliza a vida
Carrilhões sufocam e cerceiam
Por um tempo sem tempo definido
Eco atordoa a mente insana
Corpo cai prostrado e fétido
Alma desiste, desaba em agonia.
Encontros são Almas que se reconhecem
Não importa em qual hierarquia humana
Fadadas a cumprir o percurso unidas
Cada ser traz na bagagem experiências
Que podem acrescer ou reduzir o tempo
Encontros plenos dispensam palavras
Realizam-se primeiro na essência individual
Após, na consciência da felicidade plena
Desencontros são constantes e não percebidos
Quando o silêncio da Alma se evidencia
Verbo inexiste, o brilho do olhar desfalece
Fadiga se faz presente, esgotam-se esforços
Fascinação do primeiro encontro fenece
Passos levam à agrestes caminhos a esmo
Revestidos de ausência de sintonia
Onde a taciturnidade é sombra entre seres
A dor do infortúnio e a ruína se instala.
Um projeto de vida
Um direito adquirido
Desde a hora do nascer
Seja rico ou pobre
Independe a cor da pele
Seja herege ou cristão
Felicidade não tem medida
Não é revestida de ouro ou prata
É permeada de sensações e emoções
Um doce olhar, uma canção
É saber que o amigo aflito
Necessita de uma palavra amiga
Que a sabedoria pode ofertar
Felicidade se faz de atenção
De um espontâneo sorriso
Quando o coração desperta e acelera
Sentimo-nos parte da imensidão
É escutar a mensagem divina
Felicidade está em você.
Sentimento considerado obsoleto
Nas mentes despidas de sensibilidade
Que semearam emoções áridas
Ao germinarem tonaram-se pragas
Pestes do desamor e da vaidade
Substituíram nobres sentimentos
Pois é mais fácil dar esmolas
Que ofertar amor como alimento
Generosidade é a herança da doação
Mãos estendidas para apoiar o outro
Ofertar o que consideramos excessos
Dividir o que temos, mesmo que seja escasso
Generosidade é mais que uma palavra
Um ato que transborda energia e luz
Abre as portas de nossa essência divina
Ultrapassa distâncias, raças e credos.
Cada dia um novo semear
Em mim, os sentimentos nobres,
Para que as flores do jardim
Não esmaeçam suas nuances
Permaneçam com fragrâncias
A cada dia um novo semear
Busca da paz com o auto conhecimento
Da harmonia e perdoar o ódio
Deslealdade, inveja e desamor,
Hostilidade, intriga e vaidade
Doutrina entre partidas e chegadas
A cada dia um novo semear
Amar a Deus sobre todas as coisas
Natureza e habitantes dos reinos
Aos semelhantes, na mesma sintonia,
Sem conhecer a posse do amor pessoal
Que não dignifica laços afetivos
A cada dia um novo semear
Nos sonhos ao idealizar metas
No polimento da sensibilidade
Na criatividade e inspiração
Germinar versos e poesia
Permitir o aflorar da Alma
A cada dia um novo semear
Amei os cascalhos que pisei
Espinhos que machucaram
Palavras proferidas que feriram
E aqui, entre derrotas e vitórias,
Na colheita, colho bênçãos de Deus.
Tempestade em fúria, vento soprando
Almas, enfileiradas oscilando, em ladainha
Inaudível, talvez uma prece, ou melodia
Lamentam as desditas criadas na trajetória
Sombras fantasmagóricas nas eternas brumas
Desfilam nas valas de águas escuras e fétidas
Arrastam na bagagem grilhões pesados
Outras contam as contas dos brancos rosários
Que contrastam com suas parcas vestes negras
Em orações de misericórdia e tênues esperanças
Assim elas se postam em vigília, aguardando o sinal
Quando Anjos de Deus tocarem trombetas
O Livro da Vida será aberto, é o Juízo Final.
No fluído vital agonizante em desprendimento
Nascimento, apogeu e morte no contar do tempo
Na terra úmida e lúgubre um corpo é depositado
A escravidão dos vulneráveis sentidos inumado
Sem os grilhões das ideias pré estabelecidas
Sob o governo déspota das concepções humanas
A liberdade antes inalcançável se faz lágrimas
Com testemunho do céu com nuvens densas
Uma Alma livre rumo ao infinito desconhecido
Como pássaro flamejante em oscilantes labaredas
Ascende à essência plena do amor represado.
Observamos marcas do tempo
Através das rugas da pele
Do desgaste do corpo físico
Das sementes plantadas
E dos frutos colhidos,
Quando nos consideramos incultos
Pois não usamos o tempo
Para aprendizados obter,
Desgastamos mente e emoções
Em um emaranhado de sentimentos
Sem conseguir discernir,
Quando nos detemos no tempo
Para analisar o que é felicidade
E concluímos que fomos felizes
Mas a velocidade do tempo
Não permitiu entender,
Quando decidimos abrir
O baú de recordações
Enfrentar os obstáculos
Que não foram superados
Pois a inércia nos fez fugir,
Quando nos conscientizamos
Que aprendemos a dividir o tudo
Diminuir os sonhos e vitórias
Multiplicar de forma incansável
Somar arduamente, com todos
Excluindo nossa pessoa
Quando despertamos um dia
Ao analisarmos a existência
Sentimos que desconhecemos
Nossa essência interior
E, neste momento cruciante
Desperta a fera adormecida
Impulsionando-nos a lutar,
E entender que o tempo
É uma soma de instantes
De um passado que não retorna
De um presente que deve ser pleno
De um futuro que a Deus pertence.
Aceitei o convite do senhor do Tempo
Em suas asas viajei por este Universo
Adentrei, sem medos, em novo espaço
Onde é possível abraçar a felicidade
Esperança, harmonia, união, amor
Um espaço sem nuvens grossas
Livre das tempestades que assolam
Onde as lições de sabedoria são ofertadas
Pensamentos definidos, na raiz da lógica
Esculpindo formas de lembranças na memória
Um espaço de ar puro, com a brisa em sussurro
Cantando doces melodias para reflexão
Um horizonte distante, onde mora o arco-íris
As Almas repousam e homens sonham.
Tem gente que usa seu tempo
Direcionado ao caminho do bem
Na existência em sua jornada
Semeia os sentimentos nobres
Rega e aduba com sabedoria
A flor, o fruto, ofertas de Deus
Incapaz de desejar ao semelhante
Mazelas que não quer para si
Esta gente colhe em sua existência
A amizade, o respeito e confiança
Tem gente que usa o tempo em futilidades
Divide em pensamentos e atos nocivos
Usa o verbo que é um Dom sagrado
Para destruir com linguagem ferina
Enviando energias torpes e maléficas
Que serão armazenadas no infinito
Vive de mentiras e ilusões efêmeras
Alimenta-se de trevas e almas denegridas
Tem gente que semeia nos atalhos da vida
Tristeza, ódio, desamor e maldade
Por certo, sua colheita será de desventuras
Pois dentro de sua obscuridade desconhecem
As leis que permeiam o sábio Universo
“Causa e efeito”, “Atração” e “Retorno”.
As luzes do palco iluminam a plateia
Uma cortina pesada oculta
Atores que por sensações oscilantes
Aguardam com temeridade seu desempenho
A peça faz ressurgir antigos personagens
Ressuscitados e atuantes em novos corpos
Que se abraçam e se enlaçam recordando
Vivências de velhas Almas em suas viagens
Que atendem ao chamado em clamor
Para um resgate de registros na História
Atores entram em cena, mestres na arte
Narrando guerras santas, políticas, mortes
Amores plenos ou desfeitos, ressarcidos
Os laços espirituais da criação se acentuam
A ancestralidade toma forma em corpos
Em cada sonoridade de voz, a sutil energia
Renova-se, se abastece e mantém espectadores
Extasiados, aturdidos, em um passado presente
O imaginário se desfaz, a cortina se fecha
Atores despedem-se individualmente
Portal se abre, adentram de mãos dadas
Heróis da História que foram esquecidos
Descansam as Almas que verdades narraram
Em busca da Paz pela humanidade perdida.
Almas em corpos errantes
Em buscas incessantes
Que em vidas passadas,
Marcaram um encontro
Sem data, nem hora
Ou lugar para ficar,
Sem saber em que plano,
Em que circunstâncias
O sinal de alerta as acordará,
São tênues energias
Que vivem em silêncio
Aguardando a fusão
Para o resgate saldar,
Para Almas Afins
Só tem dois caminhos,
Ou, o destino as une
Em um encontro harmônico,
Onde possam na plenitude
Sua unidade expressar,
Ou, vibram em sintonia
Por sua semelhança
Sem pretensões,
Aprendendo o querer e amar
Almas Afins são como estrelas
Que brilham no firmamento
Que se olham ao longe
Sem poder alcançar,
Só tem a certeza, em sua essência
Sem presente ou antever o futuro,
Fazem parte de um tempo sem tempo,
A eternidade ou reencarnar.
As nuances crepusculares anunciam
O dia que finda, tempo de reflexão
Agradeço as oportunidades ofertadas
A lógica no exercício do Livre Arbítrio
Bálsamo recebido ao longo da jornada
Pelas frustrações do não realizado
Rasgam-se os véus, ancoram estrelas
Timidamente a Lua eleva-se em seu fulgor
Uma pintura silenciosa e translúcida
Bela ao consciente, através da visão
Medo ao inconsciente, pelas emoções
Um encontro íntimo da Alma com nossos “Eus”
Deus, em meu sono guarda meus sentidos
Afasta pesadelos que se interpõem
Fantasmas delirantes em sombras
Habitantes das densas brumas noturnas
Dá-me o sono reparador à matéria
Preenche meu espírito de luz.
Semear é a missão
Do homem iluminado,
Por solos áridos
Cobertos de ervas daninhas,
Por corações com crostas
De emoções negativas,
Por estradas com pedras
Ou jardins com espinhos,
É usar com sabedoria
O dom da palavra,
Propagar aos quatro cantos
O valor de uma fé,
Espalhar amor
Onde reside o ódio e ira,
Pregar a paz
Entre os irmãos do desamor,
Semear é ser guerreiro
Sem medo, ir à frente,
Destruindo
A larva nociva que se alastra,
Não importa o tempo
Pois todo é abençoado,
A caridade
Não tem pressa para ser doada,
É conduzir o pensamento
Para uma meta já definida,
Domar as feras soltas
Na arena da vida,
Espalhar a esperança
Humildade e consciência,
De um dia, vibrar em todos
O amor em sintonia.
No ciclo da colheita
O homem colhe o resultado
De seu Livre Arbítrio,
É quando entende
Que Deus não é cruel e vingativo,
Pois lhe deu de presente
O Dom da inteligência,
Se o Dom foi usado
Com maestria e sabedoria,
Colherá o sucesso
E a felicidade plena,
Se o Dom foi desdenhado
Colherá as mazelas
Da Lei da Causa e Efeito,
Desta forma, o homem,
E seus ciclos se sucedem
E, infelizmente,
Na maioria das vezes,
É necessária a queda
No mundo das trevas,
E através do sofrimento
Compreender,
O significado de um Universo
Edificado, sob a energia da luz.
A Terra for arena do cotidiano
Habitada por ferozes guerreiros
Vestidos de guerra e sangue
Para alimentar o Ego insano
A Terra for tenebrosa selva
Habitada por astutos caçadores
Vestidos de poder e cobiça
Que vivem em eterna disputa
Enquanto,
O Homem estiver cego por ódio
Surdo para escutar lamentos
De dor, solidão e injustiças
A peste negra do sofrimento
Invadirá a razão e sentimentos
Odor fétido e repugnante
Exalará entre seres e lares
Na obscuridade da sensação
Enquanto,
No Universo intangível
Um Anjo suplicar ao Criador
Que ilumine a mente do homem
Para que seja um eterno guerreiro
Com armas de fé e esperança
Em busca do porvir abençoado
Para que cada coração humano
Seja um templo da paz e amor.
Explosão de vida, matéria, energia
Angústia de se saber finito assusta
Consciência da morte corporificada
Que reside na vida, forte e atuante
Impotência de driblar o destino
De conviver com um desconhecido
A mente e suas equações indecifráveis
Equilíbrio entre a razão e emoção
Labirintos do invisível e do medo
Do infinito interior, os pensamentos
Simbólico e o real entrelaçados
A transcendência dos enigmas
Movimento contínuo ou estático
Limitado, ilimitado, imaginário
Multidimensionais, atemporais
Sem opções, o homem é parte
E, ao mesmo tempo, um todo
Finito e Infinito.
Perdida no tempo
Te vi caída e sofrida,
De teus olhos opacos
Profundamente tristes,
Escorriam lágrimas de dor
Dor que não era saudade,
Pois era a dor da infelicidade
Dela falamos, nela pensamos
Não sei por quanto tempo
Quando eu parti, ela ficou em mim
No pensamento, no sentimento
Também sei que ficou em ti
Pungida e crucificada
Não sei por quanto tempo
No eternizar, no reencarnar.
Paisagens por Deus escolhidas
Cada uma com sua história de vida
Uma bagagem repleta de nuances
Ausentes ou mesmo, multicoloridas
Àquelas que acreditam em sonhos
Confinadas na vivência de outras vidas
Habitam corpos permeados de melancolia
Alimentadas pelo silêncio da infelicidade
Outras, perdidas entre as desventuras
Presas ao ódio e torpes alucinações
Habitam corpos e semeiam destruição
Como lobos ferozes a espreita da caça
São tantas as que ficam entre as trevas
Desconhecendo sua própria essência
Sem elos, apenas diabólicos espectros
Há outras, iluminadas, semeadoras de luz
Habitam corpos em tarefas árduas
Cumprir a missão que lhe foi destinada
Espalhar o amor, incentivar a caridade
Transformar os espinhos em rosas
Odor fétido em aroma de bálsamo.
Universo, que se faz de impenetrável mistério
Vida, no ato de respirar uma energia intrínseca
Homem, o finito, repleto de evasivas metáforas
Percursos, um vai e vem com segredos ocultos
Sentinelas, a Alma e sua sabedoria em alertas
Sentimentos, resultante de emoções veladas
Sombra, que como espectro faz companhia
Morte, realidade da passagem efêmera
Som, ruído dos pensamentos em desalinho
Silêncio, caos da razão destituído do verbo
Fé, com o Livre Arbítrio, karmas, profecias
Tempo, na sinfonia da existência é maestro
Dia, o enlaçar no potencial dos sentidos
Noite, curvar-se diante do imenso infinito.
Sou conhecida pelo nome de morte
Como o outro extremo, o negativo
Sou o destino, a única verdade
Desconhecido e realidade temida,
Cronômetro dos ciclos da vida
Sou tempo, enigma imperscrutável
Anjo das pestes, das guerras
E se a tirania na Terra impera
Sou o braço que se ergue forte
Empunho minha espada de prata
Que ceifa algozes e impiedosos
Dos déspotas e infiéis faço ossuários,
Meu manto cobre com densas trevas
Povos, Nações, a Humanidade
Abro minhas asas sobre mortalhas
Mas também sou Anjo do renascer
Para os aflitos e desesperados
Os que estão sob o jugo da dor
Física, emocional, espiritual
Consolo dos aflitos e perdidos
Que rasga abismos profundos
Farol de luz que guia os homens
Nova aurora e um porvir de paz
Desvendarei todos os mistérios
Conduzirei os espíritos às alturas
Sou liberdade, a serviço de Deus
Sou Morte, sou Vida, sou Evolução.
Muitos passam pela existência
Semeando em terras áridas
Da ilusão e fantasia,
Sem perceber que o amanhã, é colheita
Sendo a mesma
O reflexo do cotidiano
No jardim das rosas
É necessário valorizar o espinho,
No jardim dos lírios
É necessário regar com a paz,
No jardim das emoções
É necessário adubar com equilíbrio,
No jardim da humanidade
É necessário extirpar o desamor,
Assim decorrem os segundos
Os ciclos da vida,
Na busca de atalhos
Para o caminho encurtar,
Mas, sempre retornando
Ao marco inicial,
Pois o tempo
De colher as flores e frutos,
Está na balança Divina
Onde o “fiel” é o amor.
A cada dia um novo semear
Em mim, os sentimentos nobres,
Para que as flores do jardim
De minha Alma não feneçam
Sem esmaecer suas nuances
Sem se exaurir seus aromas
A cada dia um novo semear
Busca da paz com o auto perdão
Da harmonia, perdoando o ódio
Deslealdade, inveja e desamor,
Hostilidade, intriga e vaidade
É doutrina entre partidas e chegadas
A cada dia um novo semear
Amar a Deus sobre todas as coisas
A natureza e habitantes dos reinos
Aos semelhantes, na mesma sintonia,
Sem conhecer a posse do amor pessoal
Que não dignifica laços afetivos
A cada dia um novo semear
Nos sonhos idealizando as metas
No polimento da sensibilidade
Na criatividade e inspiração
Germinar versos e poesia
Permitir o aflorar da Alma
A cada dia um novo semear
Amei os cascalhos que pisei
Os espinhos que machucaram
Palavras proferidas que feriram
E aqui, entre derrotas e vitórias,
Na colheita, colho bênçãos de Deus.
Não esmoreci quando as pedras
Interromperam minha jornada
Para testar a intensidade da fé
Não pedir o impossível à Deus
Bênçãos resultam de merecimentos
Sentir a essência iluminada
Com a energia sutil divina
Dividir com meus inimigos
Pensamentos e palavras de amor
Que toda espiritualidade é divina
Conexão do Macro e Microcosmo
Prova de sabedoria e evolução
Somos instrumentos dedilhados
Pelo mundo das luzes ou trevas
Se a percepção não for desenvolvida
Não captaremos a energia atuante
Pois o espaço entre o bem e o mal
É um limite tão tênue que a vaidade
E cegueira não permite distinguir
Que a caminhada da fé é como
Farfalhar das folhas nas estações
Ou, como espinhos que ferem a carne
Que o homem é uma pedra bruta
E renascerá através do polimento
Na jornada da sabedoria, abnegação
Olhar as formas com a visão d’ Alma
A audição para escutar o alerta
Conselhos das luzes nas indecisões
Lidar com os adversários e respeitar
Suas forças, armas e armadilhas
Vencer o ignóbil poder do mal
Tornar-me invisível aos olhos da face
E visível às suas consciências
Que a palavra é de prata e solta ao vento
Percorre os quadrantes do Universo
Pode ser benéfica ou maledicente
Que o silêncio é de ouro e na quietude
Observa-se e aprende-se grandes lições
Como a colheita de separar joio do trigo
De acordo com a grandeza do espírito
Que habita o interior de cada ser
Respeitar as crenças e manifestações
Suas posições no arco-íris de Deus
Por certo conduzem seus rebanhos
E semeiam a verdade de sua fé
O homem sábio percorre a trajetória
Em busca de realizar o sonho universal
“Paz e igualdade na terra entre irmãos”
Na vastidão da negra noite
Escondidos nos obscuros nichos
Agitados os Anjos das Trevas
Infiltram-se entre os homens,
Mudando o presente e futuro
Cerceando abundancia e fortuna.
A Terra treme catastrófica
Ventanias avivam as labaredas
Que consomem a colheita que brota
Exala um odor de asas queimadas,
Dos pobres pássaros que sobrevoam
Secas árvores desnudas de galhos.
Brumas ocultam escudos nocivos
Dos cavaleiros das guerras ímpias
Semeadores das mazelas na terra
Regozijam-se com templos destruídos,
Edificam a ara para sacrifícios
Onde recebe oferendas a descrença.
Em banquete de animais peçonhentos
Enquanto o “eu” verte lágrimas de sangue
Um Anjo inocente, se ergue flamejante
Desperta as estrelas que acordam cantando,
Asperge unguentos de paz e esperança.
Nada mais é que uma leve ou pesada jornada
A partir de um ato carnal entre dois seres
Que se fixa na terra, com o primeiro vagido
Do primeiro ciclo chamado nascer
Abrigando uma Alma desconhecida
Que flutua entre suas antigas moradas
Vive a sós, sem deixar transparecer
O que sua essência mantém, escondida
Nada mais é que a consciência plena
Que somos instrumentos dedilhados
Por Deus, em sua onisciência divina
Para revestir a Alma que é sutil energia
E, assim, enquanto não se esgota o tempo
Alma/Vida, Vida/Alma, em cumplicidade
Transitam pelas veredas do destino
Enquanto o Karma não é queimado
E, quando chega o final do último ciclo
Este dueto faz com dor sua despedida
O invólucro carnal retorna ao pó
E a Alma eleva-se, de luz revestida.
Voltaremos a trilhar os mesmos caminhos
Que se cruzarão sem distâncias e desencontros
Sem bagagem desembarcaremos ofegantes
Sem perguntas, sem remorsos
Caminharemos de mãos dadas
Desde o amanhecer até o ocaso
Relembraremos os sonhos coloridos
Alimentados por esperanças
Seremos dois transformados em um
Para liberar as sensações e emoções
Os sentimentos puros e conflitantes
Que não podemos vivenciar
Tu, como Sol de energias inundavas a terra
Eu, como Lua vivia na escuridão da saudade
Na espera de um eclipse para amar
A próxima estação é passagem de todos
Sem dia e hora pré fixada na mente
Registrada apenas na Alma o eternizar.
Todos serão eternos
Em um espaço de luz
Livre das amarras terrenas
Sem questionamentos
Sem ocultar segredos
Apenas Almas itinerantes
Um corpo sutil em viagem
Sem sonhos ou quimeras
Com asas nos conduzindo
Às partículas da memória
Para um tempo desconhecido
Rotulado de eternidade.
Uma jornada com inúmeros atalhos tentadores
O Homem caminha veloz sem observar ao redor
Passa sem perceber a essência da paz e o silêncio
O egoísmo toma posse da mente e das ações
E se iguala aos estúpidos, insensíveis, ignóbeis
Energias nefastas que adoecem o espírito.
Desperte da inércia e da estagnação da vida
Busque ser você na plenitude, decrete seus planos
Creia na humildade, na esperança, perseverança
Na sua real verdade, em seus desejos e conquistas
Só você pode registrar os capítulos de sua história
Ciclo, por ciclo, incluindo desafios e vitórias
Não sente e não é um jogo de probabilidades
São oportunidades que o dê-se com os perigos
Pois podem trazer obstáculos destino nos presenteia
Busque o equilíbrio e cuia e desencontros
Temores imaginários, descrença e derrotas.
Você é filho de Deus, habitante do Universo
Não se entregue aos sentimentos nocivos
Esteja em harmonia com sua consciência e fé
Você pode, tem o dever e o direito à felicidade
Aconchegue seus sonhos na paz da Alma.
Inúmeros, de diversas fontes e dogmas
Para uns, é o exercício diário da fé
Para outros, apenas a essência, crer
Tantos outros vivem em negação, os ateus
Crer em Deus Todo Poderoso, o Criador
Deve ser o alicerce para todas as crenças
Pois a espiritualidade é um apelo da Alma
Para semear, cuidar e ver florescer a semente.
Não é um rótulo ou objeto que te fará crente
Nem o estapafúrdio é que te fará Mestre
Pois a fé, em silêncio é que faz o homem grande.
A humanidade se depara com profetas falsos
Que se enaltecem a procura de novos adeptos
Mas só Deus, o UNO, é que amou seus rebanhos.
Inquieto, perdido, ascende o espírito
Por um turvo e agreste caminho
Sem entender o estado letárgico
Brota pedido de liberação e socorro
Um irmão adentra os portais de Luz
Mais um filho que cumpriu a missão
Retorna inconsciente à pátria espiritual
Despido de identidade e vestes carnais
Um espírito, na bagagem, registro de vida
Desperta da inércia e vê ao longe um farol
Melodias sutis se acercam e acalmam
Tênue luz mais além, a aura de um anjo
O Anjo destinado para te receber
Ensinar que ali não se faz necessários
Hábitos e sentimentos conflitantes
O renascimento é feito de aprendizados
A primeira lição é conscientização
Que a morte física é o fim dos ciclos
A vida terrestre é fugaz e passageira
Estação do resgate e saldar o Karma
A segunda lição, espíritos te esperam
Família, amigos para em harmonia
Aspirarem, fragrâncias florais eternas
Pois estações não se dividem na eternidade
A terceira lição é que o tempo é atemporal
O passado foi condução do teu Livre Arbítrio
O presente são tarefas em busca da evolução
O futuro é promessa de tua ascensão à LUZ.
É feito de espiritualidade
Pois tem como alicerce a fé
Crer com convicção na energia
Suprema, infinita, abstrata
Semear solidariedade e caridade
Frutificar a generosidade em doação
Fundamentar nossa finitude em prol
De uma missão especial no infinito
Quando o objetivo é servir a Jesus
O caminho da religiosidade
Nem sempre é regida pela universalidade
Pois muitas vezes oprime e escraviza
Torna fiéis, marionetes das promessas
De ilusória salvação de pecados
Quando o pecado maior é usar
Palavras em nome do Criador
Para semear torpes guerras sanguinárias
Entre a humanidade dizimando irmãos.
A sonoridade que te envolve
O crepitar instigante do fogo
As águas nas corredeiras
O farfalhar das folhas ao vento
Os ecos que vem das montanhas
O choro de um irmão aflito
A gargalhada de uma criança
As palavras pronunciadas de amor
Os utensílios que te cercam e manuseias
O gorjeio alegre dos coloridos pássaros
O zumbir de uma abelha na busca do néctar
O canto no mar dos golfinhos e as baleias
O ciciar das cigarras saudando o verão
A melodia dos Anjos em suas Cortes
Pois, tudo que escutas são obras de Deus.
A cada dia um novo semear
Em mim, os sentimentos nobres,
Para que as flores do jardim
De minha Alma não feneçam
Sem esmaecer suas nuances
Sem exaurir seus aromas
A cada dia um novo semear
Busca da paz com o auto perdão
Da harmonia, perdoando o ódio
Deslealdade, inveja e desamor,
Hostilidade, intriga e vaidade
É doutrina entre partidas e chegadas
A cada dia um novo semear
Amar a Deus sobre todas as coisas
A natureza e habitantes dos reinos
Aos semelhantes, na mesma sintonia,
Sem conhecer a posse do amor pessoal
Que não dignifica laços afetivos
A cada dia um novo semear
Nos sonhos idealizando as metas
No polimento da sensibilidade
Na criatividade e inspiração
Germinar versos e poesia
Permitir o aflorar da Alma
A cada dia um novo semear
Amei os cascalhos que pisei
Os espinhos que machucaram
Palavras proferidas que feriram
E aqui, entre derrotas e vitórias,
Na colheita, colho bênçãos de Deus.
Almas, em busca constante da aprendizagem
Vivendo na terra as vicissitudes e desafios
Enquanto na infelicidade transitam os corpos
Sonhando com o impossível nesta passagem
Um encontro marcado onde o tempo profetisa
Flutuando no imaterial sem formas concretas
Apenas os aromas indecifráveis nas veredas
Por onde farfalham as folhas na suave brisa
Duas Almas em viagem final ao seu destino
Imortalizando o momento por Deus traçado
Onde o futuro é transformado em infinito
Duas Almas em uníssono, melodia e sintonia
Um sentimento eternizado entre as vidas
Permeado de amor, luzes, sutis energias.
Nas horas soturnas da noite nefasta
Escura como breu, com a lua oculta,
Abre-se a porta do que é eterno
Fragmentos do inexorável Tempo,
Primeira sala, o saudoso passado,
Velado por cortinas esmaecidas
Iluminada por chorosas velas de sebo,
Habitada por sombras que lamentam
Alimentadas por tormento e ansiedade,
Um caminho percorrido do qual restou
Apenas, entre teias, um santuário
Pergaminhos escritos em hieróglifos
Segredos aflorados por tristes Almas,
Alguns passos, nova sala, o presente,
Alternativas, desafios, abismos,
Entrelaçando desejos e quimeras
Através dos anos que envelhecem
Um corpo abatido e pele sem viço,
Assistindo os óbitos e funerais
Das horas e dias que fenecem,
Uma sala, velada por véus sombrios,
Distante, apenas um rótulo, Futuro,
Destino, um imensurável enigma.
Inebria os homens e suas vidas
Obstáculo intransponível
Para realizações sonhadas
Desfrutar a essência da paz interior
Conhecer a verdadeira felicidade
Conturba a mente, entorpece a alma
Aflora os sentidos nocivos adormecidos
Inebria os desejos contidos pela razão
Transborda das fontes da ambição
Sentimentos torpes de poder e sedução
Vem a fome de sexo, poder, opulência
Deforma a razão, cega a visão da face
Até que o despertar despe as rotas vestes
A morte toma posse de um corpo putrefato
E Deus complacente recebe a Alma perdida.
Ofertas-me tuas asas para subir as alturas
Descortinar do infinito, o mistério da vida
Viajar pelos quatros cantos do universo
Mergulhar no vácuo do célere tempo
Repousar sem pressa no âmago da Alma
Despir-me das vestes ilusórias da terra
Romper com os grilhões que forja a vida
Conhecer a nudez de minha essência
Descobrir novos horizontes sem fronteiras
Viver outras venturas com a sabedoria
Que na plenitude do voo emana
Aspirando e inspirando tua energia
ara em paz, no dia e na hora certa
Despedir-me, de forma plena da vida.
Iemanjá, divindade do grande mar
Quando o “tudo” era o imenso oceano
Imperscrutável, silencioso e destruidor
Senhora da energia misteriosa e criadora
Mãe do equilíbrio, conciliação e amor
Mãe que embala a vida em suas entranhas
Sopro das emoções e inspiração nos homens
Do vigor das vagas ruidosas que dançam
Explodindo em espumas à beira-mar
Protetora dos que navegam em teu reino
Dos que não temem desafios das profundezas
E buscam alimentos para a sobrevivência
Mãe dos sonhos oníricos que invadem a noite
Enquanto a Lua te reverencia no mar
Abençoa a humanidade,
Odoiá minha Mãe Iemanjá.
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